Sociedade Filarmónica União Arrentelense

Em 23 de março de 1914, dá-se a fusão das duas coletividades filarmónicas que existiam em Arrentela: a Sociedade Philarmónica Fabril Arrentelense, constituída em 4 de março de 1872, e a Sociedade Philarmónica Honra e Glória Arrentelense, fundada a 14 de abril de 1901, adotando o nome Sociedade Filarmónica União Arrentelense (SFUA).

Se a Fabril Arrentelense teve a sua origem na extinta Companhia de Lanifícios de Arrentela, por intermédio do diretor da fábrica, João Gomes Roldan, que adquiriu os primeiros instrumentos e fardas, com o intuito de ocupar os tempos livres dos operários, já a Honra e Glória teve a sua origem, sobretudo, por motivos políticos. De facto, para além da intensa atividade musical, as coletividades eram ponto de encontro e discussão de ideais políticos e eram utilizadas na formação de correntes de opinião pública. 

El Rei D. Carlos atribuiu às duas coletividades o título de «Real», à Fabril, em 1901, e à Honra e Glória, em 1903, colocando-as sob sua proteção direta. Os 13 anos em que as duas coletividades coexistiram foram de constantes disputas. Na maioria das vezes, os motivos das querelas eram políticos e não musicais. Mas, com a implantação da República, os antigos ideais transformaram-se, os ânimos acalmaram, as coletividades cumprimentaram-se e os filarmónicos aproximaram-se, como vizinhos, como amigos, como arrentelenses.

Foram tomadas uma série de medidas que culminaram com a fusão das duas coletividades. A nova sede foi inaugurada a 24 de maio de 1914, na Calçada do Adro. A construção envolveu toda a comunidade arrentelense, quer em termos de angariação de fundos, quer em termos de mão de obra. Destaca-se o esforço de António da Costa e Silva, músico e por várias vezes diretor da Fabril e, posteriormente, da SFUA, que hipotecou a sua casa para fazer face às despesas de construção da nova sede.

Com um espaço condigno às suas aspirações a SFUA ocupou o seu lugar como centro cultural de Arrentela. A música e o teatro eram as artes que se expressavam mais amiúde. Mais tarde, foi criada uma biblioteca e surgem também as sessões de cinema.

Os bailes, abrilhantados pelos diversos grupos de jazz formados na coletividade, eram uma constante pois, para além de servirem de angariação de fundos, proporcionavam algumas horas de divertimento e ajudavam a colorir o cinzento do dia a dia. As marchas populares também tiveram o seu lugar na SFUA por diversas vezes. Destaca-se a participação da Marcha de Arrentela, em 1951, num desfile na Avenida da Liberdade, em Lisboa, em representação do distrito de Setúbal. A música, da autoria de Manuel Marques, ainda hoje é tocada pela banda da SFUA e tem representado a Arrentela aquém e além-fronteiras.

Em 1972, a SFUA comemora, com pompa e circunstância, o 1.º centenário e é admitida na Federação Portuguesa de Coletividades de Cultura e Recreio. Em 1973, é formado o grupo cultural com o intuito de promover iniciativas culturais contra o regime vigente. A democratização do Poder Local, ocorrida após a Revolução de 25 de Abril de 1974, abriu os horizontes à SFUA e trouxe à luz do dia muitos sonhos. Os apoios que a Câmara Municipal do Seixal e a Junta de Freguesia de Arrentela atribuem à SFUA, são indispensáveis à realização de qualquer projeto ou atividade. 

A construção da nova sede, inaugurada em 1987, e os constantes melhoramentos de que foi alvo, em 1995, 2009 e entre 2016 e 2023, dotaram a SFUA de condições que permitem a criação de várias atividades, das quais se destaca o karaté, que funciona desde 1995 e que conquistou vários títulos importantes da modalidade. Mas também as danças, a defesa pessoal, zumba, aeróbica, ginástica desportiva, entre outras.

Em 1987, a Sociedade Filarmónica União Arrentelense foi galardoada com a Medalha de Honra do Município do Seixal.

Organizaram-se o Festival de Bandas, anualmente desde 1989, o Festival de Orquestras Ligeiras e o Festival de Música Juvenil. Todos estes eventos, em que os agrupamentos participam em regime de intercâmbio, permitiram à banda da SFUA e à Orquestra Ligeira de Arrentela correrem Portugal de lés a lés.

Em 1994, a banda da SFUA é convidada a participar no Festival EuroFanfare que se realizou em Villefranche de Rouerge, uma vila medieval no Sul de França. Este evento contou com a participação de mais de 1500 músicos, distribuídos por agrupamentos oriundos de Bósnia, Camarões, China, Dinamarca, Espanha, França, Irlanda, Itália, Lituânia, Polónia, Portugal, Suécia, Suíça e Ucrânia. Em 1998, a banda desloca-se a Cabeza del Buey, na província de Badajoz. Este intercâmbio foi o que trouxe a primeira banda estrangeira a Arrentela, internacionalizando assim o Festival de Bandas.

Em 2000, a banda da SFUA deslocou-se à Ilha de São Miguel, nos Açores, num intercâmbio com a Filarmónica Nossa Senhora das Neves, freguesia de Relva, Ponta Delgada. Este intercâmbio foi organizado em parceria com o INATEL.

Em 2001, a SFUA celebra um acordo com a Federación Regional de Sociedades Musicales de la Comunidad de Madrid, que permite que essa entidade selecione uma banda, sua federada, para participar no Festival de Bandas de Arrentela. A banda da SFUA deslocou-se à região de Madrid em quatro ocasiões: 2001, 2003, 2006 e 2019.

Em 2009, inserido nas comemorações do XX Festival de Bandas, a banda da SFUA gravou o CD «(Arren)Tela de Sons».

A banda da Sociedade Philarmónica Fabril Arrentellense participou em concursos de bandas: no Recreios Whittoyne (2.º prémio), em 1876, na Tapada da Ajuda (2.º prémio), em 1884, e, já como Real Sociedade Philarmónica Fabril Arrentellense, em 1908, nos Jogos Floraes da Cidade de Lisboa (1.º prémio). 

Em 2006, a banda da SFUA participou no 1.º Concurso de Bandas do Ateneu Artístico Vilafranquense, classificando-se em 1.º lugar, na sua categoria, com uma pontuação de excelência.

Desde janeiro de 2012 que a banda da SFUA é dirigida pelo maestro Luís Moreira da Silva. O trabalho desenvolve-se em torno da Escola de Música António Batista, mas também em envolver a comunidade nas iniciativas promovidas pela banda. O objetivo é promover um ambiente saudável que contribua para o espírito de grupo e que mantenha todos os envolvidos unidos e focados nas metas estabelecidas.

Em 2017, iniciou-se o projeto Banda d'Arrentela Convida, tendo-se apresentado desde então ao público em concertos de enorme qualidade. A Banda d'Arrentela tem partilhado o palco com artistas como Silvana Faustino, Anabela Pires, Carlos Guilherme, Anjos (irmãos Sérgio e Nelson Rosado), Herman José, Toy e os irmãos Nuno e Henrique Feist.


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Assembleia Geral

António José Alves Rocha Campos – Presidente
João Miguel Palaio de Almeida Gabriel – 1.º Secretário
Estevão Manuel Emídio Louro – 2.º Secretário


Conselho Fiscal

Cecília Maria Emídio Louro – Presidente
Cláudia Patrícia Gonçalves Martins – 1.º Secretário
Raquel Maria Guimarães da Silva Ferreira Pedro – Relator


Direção

Jorge Costa do Nascimento – Presidente
António Manuel Conceição Almeida Aleixo – Vice-Presidente
Rita Maria Galveia Camelo Roque – Tesoureiro
Rogério Vítor de Oliveira Roque – Secretário
Marília Soares Pereira – Vogal
João Rodrigues da Costa – Vogal
Cláudia Sofia Nunes Amador – Vogal

Atividades

Banda Filarmónica (Banda d'Arrentela)
Bandinha Escola Música António Batista
Escola de Música António Batista
Karaté
Museu

Associação
Desportiva, Cultural
Morada
Largo Germano Gil Martins
Arrentela
2840-154 Arrentela

Telefone 212 223 983

Email sfua1872gloria@gmail.com

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