Seixal pretende mais investimento na saúde

Foram ainda aprovadas duas comparticipações financeiras, uma para o Amora Futebol Clube, no valor de 250 mil euros, para apoiar as obras do Centro de Treinos e a outra para o Movimento Associativo Juvenil, no valor de 5150 euros, para apoio ao Programa Ações Jovens.

No que se refere à tomada de posição, entende a autarquia que, ao invés de se cumprir a Constituição da República, que consagra a cobertura racional e eficiente de todo o País em termos de recursos humanos e unidades de saúde, se tem vindo a assistir nas últimas décadas ao caminho inverso. A este respeito, o presidente da Câmara Municipal do Seixal, Joaquim Santos, referiu que «há muito tempo que o Município do Seixal vem denunciando e alertando os sucessivos Governos para o contínuo desinvestimento nos cuidados de saúde primária, com realce para os sucessivos cortes orçamentais, o aumento das taxas moderadoras, a concentração e o encerramento de serviços, a redução de horários de funcionamento de serviços e a enorme carência de profissionais da saúde».

O estado da saúde no concelho do Seixal

Num concelho com cerca de 160 mil habitantes, dos quais cerca 40 mil utentes não têm médico de família, deixou também de funcionar o único Serviço de Atendimento Permanente (SAP) concelhio, localizado na Freguesia de Amora. Esta medida obriga à deslocação da população para o Hospital Garcia de Orta, hospital que desde a sua entrada em funcionamento se encontra subdimensionado face à população que abrange, para além de ser o hospital de referência em muitas especialidades para todo o sul do País e ter ainda de dar resposta aos milhares de visitantes no período estival. A afluência é enorme, agravando ainda mais a situação de rotura na urgência e serviços complementares deste hospital, sendo por isso ainda mais premente a urgente construção do Hospital no Seixal. 

A propósito da construção do Hospital no Seixal, Joaquim Santos informou que «a Câmara Municipal do Seixal mantém o acompanhamento próximo do processo de construção, prestando toda a colaboração necessária à sua rápida conclusão, tendo a 29 de junho de 2018 assinado com o Ministério da Saúde uma adenda ao Acordo Estratégico de Colaboração para Lançamento do Novo Hospital Localizado no Concelho do Seixal, Freguesia de Amora, que tinha sido celebrado a 26 de agosto de 2009».

Também no que diz respeito aos Cuidados de Saúde Primários, os equipamentos de saúde existentes no concelho do Seixal são manifestamente insuficientes. Na Freguesia de Amora, há cerca de 20 anos que a Câmara Municipal do Seixal cedeu um espaço em Foros de Amora para a construção de uma nova unidade de saúde, construção essa que nunca chegou a avançar por falta de financiamento por parte da Administração Central, situação em tudo idêntica à verificada na Aldeia de Paio Pires. Somente em Corroios, e após 20 anos de luta por um novo centro de saúde, foi possível estabelecer, em maio do ano passado, um acordo com o Ministério da Saúde que prevê a construção do novo Centro de Saúde de Corroios, e no qual a Autarquia também assume uma parte muito significativa dos custos, Lamentavelmente, o processo encontra-se muito atrasado, pois o concurso para a construção lançado pela Administração Regional de Saúde da Região de Lisboa e Vale do Tejo ficou deserto, estando previsto o lançamento de um novo concurso pela ARS LVT até ao final de Setembro.

Joaquim Santos reafirmou ainda que «o Governo não deveria persistir numa política de cativações que está a criar graves constrangimentos nas funções sociais do estado, como a saúde, a educação ou segurança social, atrofiando os serviços e dificultando a resposta às populações, sendo necessário um reforço do investimento por parte do governo nestas áreas tanto em recursos humanos, como em novos equipamentos.”