Autarquia contra encerramento de agência da CGD em Corroios

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25 Ago '22

Perante o anúncio da Caixa Geral de Depósitos (CGD) de encerramento de balcões em todo o país, a Câmara Municipal do Seixal rejeita qualquer intenção de encerramento da agência em Corroios, depois de já ter encerrado a agência de Fernão Ferro em 2018.

A autarquia manifesta a sua firme oposição em relação a esta decisão, que, a confirmar-se, será mais um passo no desmantelamento de um serviço público essencial às populações, que se vê cada vez mais privada do serviço público bancário de proximidade.

A CGD anunciou lucros de 486 milhões de euros no primeiro semestre de 2022, pelo que nada justifica estes encerramentos. É um montante que torna impossível compreender esta lógica gestionária da sua administração, a não ser pela maximização do lucro para benefício da estrutura acionista, independentemente do brutal impacto social da medida.

Em vez de gerar riqueza, satisfazer necessidades sociais e estratégicas do país, apoiar a dinamização económica de toda a sociedade, de garantir o serviço de proximidade a que o banco público deve estar integramente vinculado, a administração da CGD só está focada em reduzir despesas e desvalorizar a sua capacidade enquanto banco público, motivando um inevitável congestionamento dos restantes balcões, em benefício de outras instituições privadas.

O Seixal, concelho com perto de 170 000 habitantes e 95 km2 de extensão territorial, ficará servido por apenas três balcões da CGD. Hoje, vivem na freguesia de Corroios cerca de 50 000 habitantes, inclusive um número significativo de pessoas com dificuldades de mobilidade, que se deslocam ao balcão para serviços de grande importância para as suas vidas, como o depósito e levantamento da reforma, para quem, naturalmente, a distância será um fator extremamente negativo. Trata-se também de um território com forte atividade económica, que seguramente se ressentirá nos setores produtivo e empresarial.

Não se vislumbram razões válidas, de qualquer ordem, que recomendem ou justifiquem o encerramento de balcões da CGD. Além da proximidade que garantem aos cidadãos, os balcões da CGD constituem âncoras de desenvolvimento do território que, uma vez retiradas, potenciam o encerramento de diversas atividades económicas e levam à perda do nível de desenvolvimento económico e social. Estes encerramentos ferem ainda princípios constitucionais, uma vez que não respeitam nem garantem os direitos e liberdades fundamentais como o princípio da igualdade dos cidadãos, independentemente do local onde vivem.

Assim, a Câmara Municipal do Seixal considera tratar-se de uma medida extremamente lesiva dos interesses das populações, pelo que manifesta o seu veemente repúdio e a sua determinação de tudo fazer, no plano institucional e político, para impedir o encerramento do balcão de Corroios da CGD, em defesa dos direitos da população e do serviço público bancário de proximidade, e em solidariedade para com os trabalhadores da CGD, em virtude da opção economicista da administração, contra o interesse público.

A Câmara Municipal do Seixal já solicitou reuniões à administração da CGD e ao Governo e está solidária com a luta dos utentes e demais entidades e instituições da freguesia de Corroios, participando na ação de protesto desta sexta-feira, dia 26 de agosto, pelas 12 horas, junto ao balcão de Corroios da CGD, manifestando firme oposição a todos estes encerramentos.

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