Centenário do Nascimento de Eugénio de Andrade (1923-2005)
-
19Quinta-feiraJaneiro 2023>28SábadoJaneiro 2023
Mostra documental sobre as obras de Eugénio de Andrade, poeta português contemporâneo, com obras publicadas em várias línguas. Foi distinguido com inúmeros prémios, entre eles o Prémio Camões, em 2001.
A 19 de janeiro de 1923, nascia na pequena aldeia de Póvoa da Atalaia, no Fundão, José Fontinhas, que viria a deixar a sua marca no mundo da literatura com o pseudónimo Eugénio de Andrade.
Em 1932, muda-se para Lisboa, onde frequentou o liceu e a Escola Técnica Machado de Castro. Em 1935, já mostrava interesse pela leitura, passando muito do tempo nas bibliotecas públicas.
Em 1936, Eugénio de Andrade começou a escrever os seus primeiros versos. Em 1938, enviou alguns poemas para o poeta António Botto, que logo quis conhecê-lo.
Em 1939, publicou seu primeiro poema, «Narciso». Pouco tempo depois passou a assinar como Eugénio de Andrade. Em 1943, foi para Coimbra onde permaneceu até 1946.
Em 1947, já em Lisboa, tornou-se funcionário público, exercendo durante 35 anos a função de inspetor administrativo do Ministério da Saúde.
Em 1950, foi transferido para o Porto.
Paralelamente ao cargo público, Eugénio de Andrade publicou mais de vinte livros de poesia, publicou obras em prosa, antologia, livro infantil e traduziu, para português, livros de poesia de vários países.
Eugénio de Andrade faleceu aos 82 anos no Porto, no dia 13 de junho de 2005.
«Coração do Dia», de Eugénio de Andrade
As Palavras
São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.
Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.
Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?
Horário
De terça a sexta-feira, das 10 às 20.30 horas.
Sábado, das 14.30 às 20.30 horas.