Rota do Trabalho e da Indústria

Espaço Memória - Tipografia Popular do Seixal
A Tipografia Popular A. Palaio, Lda. foi instalada no Seixal por Augusto Palaio (tipógrafo anteriormente estabelecido na Figueira da Foz), em 1955. A antiga tipografia é agora uma extensão museológica do Ecomuseu Municipal que dá a conhecer antigas técnicas e saberes de uma oficina tipográfica tradicional, reutilizando máquinas que hoje se encontram praticamente excluídas da indústria tipográfica, mas que adquiriram valor patrimonial.

Núcleo do Moinho de Maré de Corroios

Construído em 1403, por iniciativa do Santo Condestável Nuno Álvares Pereira, foi administrado até 1834 pelo Convento de Santa Maria do Carmo de Lisboa. Foi então incorporado na Fazenda Pública, na sequência da extinção das ordens religiosas masculinas, tendo sido vendido em hasta pública a João Luís Lourenço, figura destacada do concelho de Almada, mantendo-se na sua família até 1958. Até essa data, foi explorado por diversos indivíduos, salientando-se a família Gomes, que assumiu um forte protagonismo no desenvolvimento da moagem industrial nos concelhos de Almada e do Seixal no final do século XIX, conservando-se em laboração até à década de 1980, recorrendo à energia das marés para moer cereal.

O Moinho de Maré de Corroios abriu ao público, em 1986, como núcleo museológico do Ecomuseu Municipal do Seixal e encontra-se classificado como Imóvel de Interesse Público. Está inserido numa área natural protegida, o sapal de Corroios e é um dos 45 moinhos de maré identificados no estuário do Tejo, sendo um dos mais antigos.

Está patente ao público neste espaço, uma exposição de longa duração denominada «600 anos de Moagem no Moinho de Maré de Corroios». 

Núcleo da Mundet

Em 1905, estabeleceu-se no Seixal a firma L. Mundet & Sons, que se tornaria a maior empresa do sector corticeiro da margem sul, do país e durante algum tempo do mundo. Esta fábrica, para além da sua importância em termos industriais e comerciais, desempenhou um papel inovador com a sua política social (existência de creche, jardim de infância e casa de infância, Grupo Desportivo, Caixa de Previdência, etc.). A partir do início da década de 1960, agravam-se alguns sinais de crise e recessão económica e financeira da empresa, que já vinham da década anterior, devido, entre outros fatores, a sucessivas crises corticeiras.

A Mundet entrou num processo de lenta decadência, traduzida pela diminuição do número de trabalhadores – dos 3 mil em 1947 passa para 645 em 1982. Em 1989, após um longo período de lutas sociais e de várias tentativas de viabilização económica da fábrica, é definitivamente encerrada.

Em 1996, é adquirida pela Câmara Municipal do Seixal. A Mundet apresenta-se hoje como um lugar carregado de história e de vida de algumas gerações de seixalenses.

Os edifícios das Caldeiras Babcock & Wilcox e das Caldeiras de Cozer foram musealizados e têm patentes exposições sobre o património industrial do concelho do Seixal.

Antiga Fábrica de Pólvora de Vale de Milhaços

Em 1898, instalou-se em Vale de Milhaços a Companhia Africana da Pólvora, cujo objetivo era fabricar pólvoras negras para exportar para Angola. Em 1922, foi adquirida por Francisco Camello, passando a denominar-se «Sociedade Africana da Pólvora». Este conjunto industrial, composto pelo Circuito da Pólvora Negra, conserva características industriais próprias do século XIX.

O seu elemento mais emblemático é a máquina a vapor Joseph Farcot, de 1900, com uma potência de 125 cv e alimentação por caldeira a lenha João Peres, de 1911, sendo o seu funcionamento um verdadeiro regresso à época da Revolução Industrial.

Extensão do Ecomuseu Municipal do Seixal, visando a sua preservação e musealização, a Fábrica da Pólvora de Vale de Milhaços está classificada como Imóvel de Interesse Público.

Núcleo da Olaria Romana da Quinta do Rouxinol
O Núcleo da Olaria Romana da Quinta do Rouxinol do Ecomuseu Municipal do Seixal, localizado na proximidade do Moinho de Maré Corroios, visa a preservação e musealização deste sítio arqueológico, classificado como Monumento Nacional, único existente no território do concelho do Seixal.
A Olaria Romana compõe-se por 2 fornos de produção de ânforas e loiça doméstica, tendo funcionado entre os séculos II e V e desempenhado um papel ativo no abastecimento local a Olisipo (Lisboa) e aos vários centros conserveiros da região.
O espólio aqui encontrado constitui uma das mais importantes coleções de cerâmica romana do nosso país.

 

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