Seixal World Music 2022
O Seixal World Music regressa ao Parque Urbano José Afonso, em Miratejo, nos dias 17, 18 e 19 de junho. Serão três dias dedicados à promoção da tolerância, do conhecimento e da paz entre os povos, através da música e de outras expressões culturais oriundas de diversas geografias.
Além da música que se faz pelo mundo, não faltará um espaço dedicado às associações de imigrantes do concelho do Seixal, com animação, exposições de artesanato, gastronomia e muito mais.
Não perca a festa da diversidade cultural, a entrada é livre!
Programa
17 de junho, sexta-feira
20 horas
Ayom | Brasil
O álbum de estreia «Ayom», do projeto musical homónimo, é uma coleção vibrante de sonoridades da música folk do Brasil, Angola e Cabo Verde, misturando tradições centenárias com a linguagem negra e rítmica das culturas lusófonas.
Entoada com uma doce voz, Ayom revela um discurso forte, mas ao mesmo tempo leve, desenhando, de maneira emblemática, a nova fase de Morales, que deixou o Brasil para viver em Barcelona, afirmando o seu empoderamento feminino, enquanto nos faz refletir sobre os paradigmas que permeiam uma sociedade preconceituosa, machista e misógina.
22 horas
Selma Uamusse | Moçambique/Portugal
A versatilidade de Selma Uamusse, o seu poderoso instrumento vocal e a sua genialidade performativa levaram-na a brilhar desde o rock (WrayGunn) ao afrobeat (Cacique’97), passando pelo gospel, pela soul e pelo jazz (Gospel Collective, tributos a Nina Simone e Miriam Makeba e Rodrigo Leão).
Mati, que significa «água» no dialeto moçambicano changana, surge como o disco de estreia de Selma Uamusse, um reflexo de todos os seus mundos, entre as machambas de Moçambique, os clubes noturnos europeus e a energia do rock; entre línguas e ritmos tradicionais africanos e a produção eletrónica carregada de psicadelismo; entre timbilas e sintetizadores. Mati é um manifesto pela harmonia ao que nos rodeia, um olhar positivo sobre o mundo e sobre as suas possibilidades. Um disco que é simultaneamente de luta e de esperança por uma sociedade mais livre, com mais amor.
Para além de possuir uma excelente voz, Selma Uamusse é uma performer incrível, com uma energia contagiante, que nos faz sentir como nossas as palavras que são dela. Em palco a sua entrega é avassaladora e o público não fica indiferente à profundidade da sua voz. Selma canta-nos com toda a sua alma.
18 de junho, sábado
Espaço das Associações de Imigrantes do Concelho do Seixal
15 horas
Artesanato e gastronomia
18 horas
Apresentação do romance de Mário Lúcio Sousa «A Última Lua de Homem Grande»
(Com a presença do autor)
Sobre o livro:
Com uma vida cheia, mas apenas 49 anos e tanto por fazer, Amílcar Cabral regressa a casa certa noite para encontrar a morte à sua espera. Sem poder fugir aos tiros, cai junto do automóvel e, observando a Lua Cheia, reconstitui, em prodigiosas regressões e bastas reminiscências, todos os passos da sua vida pública e privada para compreender quem o terá assassinado e porquê, desvendando afinal a si mesmo o mistério que permanece até hoje.
Usando a terceira pessoa num original e inusitado monólogo, aquele a quem os seus chamavam «Homem Grande» revisita a infância, a relação com a mãe, a vida de estudante, os amores, as traições, o sonho da independência para as suas duas pátrias – Guiné e Cabo Verde – e põe a nu o absurdo de uma guerra, os meandros dos interesses internacionais e os desmandos do poder em África.
Finalista do Prémio LeYa em 2021, «A Última Lua de Homem Grande» é um romance notável com impacto mundial, que envolve a um tempo líderes de mais de vinte países – do Papa às grandes figuras do século XX – e homens e mulheres comuns, quantas vezes anónimos, de todo o mundo.
20 horas
Albaluna | Portugal*
Mais do que uma banda, os Albaluna são um conceito. É através de uma fusão multidisciplinar entre a música, a poesia e dança, inspiradas nas ancestrais culturas da Rota da Seda, que emerge a originalidade deste projecto. Os Albaluna encontram na paixão pela História das Civilizações um ponto de partida para uma fundamentada luta contra o preconceito e a intolerância entre culturas. O discurso artístico desenvolve-se em torno de conceitos ancestrais e uma assumida abordagem moderna. Com cinco álbuns na sua discografia, a banda conta já com um vasto currículo nacional e internacional, tendo já pisado palcos um pouco por toda a Europa, como também em Marrocos, Índia e China.
*O espetáculo com Velha Gaiteira foi cancelado por motivos de força maior.
22 horas
Paulo Flores | Angola
Embaixador da Boa Vontade das Nações Unidas em Angola, autor, compositor e intérprete, Paulo Flores constrói há mais de 30 anos uma obra notável. Fez parte do movimento da kizomba no final da década de 1980: esta kizomba, que começou como uma dança, representa uma nova era da música e da história de Angola, reconhecível por um revestimento eletrónico que veste e suporta uma mistura de zouk e música tradicional africana (Congo e Angola) que se mantém na memória de todos.
Desde a década de 1990 com temas como «Sarrabulho», em 1992, e os temas «Patala», «Mukanda» e «Susana», do álbum «Brincadeira Tem Hora», e principalmente em 1995 com o álbum «Canta Meu Semba», Paulo Flores reapropriou-se dos ritmos do semba de outrora, introduzindo letras em português mescladas com o kimbundo da avó materna e a gíria luandense, criando um universo que retrata de forma única o viver e o sentir dos angolanos.
Paulo Flores inscreve o seu trabalho numa linguagem que assenta na procura e na valorização do património musical angolano, com espaço para a influência de outros géneros musicais, surgindo hoje numa bem-sucedida mistura de influências caribenhas, brasileiras, afro-cubanas e africanas.
19 de junho, domingo
Espaço das Associações de Imigrantes do Concelho do Seixal
15 horas
Artesanato e gastronomia
18 horas
Apresentação do livro II Encontro pela Paz – Pela Paz Todos Não Somos Demais
(Com a presença de Deolinda Machado, Vice-Presidente do Conselho Português para a Paz e Cooperação)
O livro II Encontro pela Paz – Pela Paz Todos Não Somos Demais reproduz as intervenções proferidas no II Encontro pela Paz, realizado no dia 5 de junho de 2021 no Fórum Luísa Todi, em Setúbal. Os encontros pela paz constituem uma forma de expressão da ampla convergência entre vários setores em defesa da paz e dos princípios inscritos na Carta das Nações Unidas e no artigo 7.º da Constituição da República Portuguesa.
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20 horas
Mario Lucio & Os Kriols | Cabo Verde
Nascido no Tarrafal, Ilha de Santiago, Cabo Verde, em 21 de outubro de 1964, Mario Lucio é uma das figuras mais reconhecidas da cena cultural e musical cabo-verdiana, tanto local como internacionalmente. Músico, cantor-compositor, e um dos principais artistas do país de todos os tempos.
Em 2021, numa experiência de estúdio, Mario Lucio encontra casualmente 5 músicos portugueses, que lhe proporcionaram a sonoridade crioula que buscava, dá-lhes o nome Os Kriols, e monta com eles um espectáculo com um repertório dançante, toado de ritmos cabo-verdianos e africanos, repleto de Morabeza e de Sodade, que enquadra dentro da sua filosofia da Crioulização, de Irmandade identitária, e está surpreender o público. É vibrante.
Compondo nos principais estilos de música de Cabo Verde, como morna, funaná, batuque e coladeira, as músicas e arranjos assinados por Mario Lucio encontram-se numa grande variedade de álbuns. É cantado e gravado por Cesária Evora e por uma gama de cantores emergentes e consagrados no país, como Mayra Andrade, Lura, Nancy Vieira, Lucibella, bem como por artistas do Brasil, Portugal, França e Itália.
22 horas
Eneida Marta | Guiné-Bissau
Eneida Marta é uma das mais genuínas e vibrantes vozes africanas e verdadeira embaixadora da música da Guiné-Bissau, terra que Eneida ama de forma comovente. Esta paixão pela terra que a viu nascer levou-a a abraçar causas humanitárias, tendo sido nomeada pela UNICEF como sua embaixadora para a Guiné-Bissau.
Em 2006, Eneida Marta ficou em primeiro lugar num concurso de world music com o tema «Mindjer Dôlce Mel», que a Putumayo haveria também de incluir na compilação «Acoustic Africa». Em 2008, a WOMEX selecionou Eneida Marta para se apresentar em formato showcase perante mais de 3 mil delegados, momento especial que resultou numa aplaudida digressão internacional.
Em 2019 lança o quinto álbum, «IBRA», cujo primeiro single, «Homis di gossi», se torna de imediato um enorme sucesso nas rádios da Guiné-Bissau e em Portugal. Em 2020-2021 apresenta dois novos temas cheios de energia e emoções, e volta a despertar a atenção do gigante da World Music Putumayo que irá incluir, este ano, um tema do seu último álbum na coletânea «Afro Cubana», com lançamento agendado para junho de 2022.
Eneida Marta já cruzou palcos de Madrid e Barcelona a Amesterdão ou Vancouver, de Roma a Budapeste e Cidade do México, ou de Boston a Londres e Berna, recebendo em todos o mesmo aplauso emocionado de quem encontra uma voz carregada de alma, de sonhos, de dor e de alegria. Eneida é uma mulher especial, de causas e de força.
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