O Festival Internacional SeixalJazz está de regresso de 10 a 19 de outubro, com os concertos a arrancarem, às 22 horas, no Auditório Municipal do Fórum Cultural do Seixal, e a partir das 23 no SeixalJazz Clube, com duas sessões na Sociedade Filarmónica Democrática Timbre Seixalense.

 

PROGRAMA AUDITÓRIO MUNICIPAL DO FÓRUM CULTURAL DO SEIXAL

 

10 de outubro, quinta-feira, 22 horas

VIJAY IYER TRIO

Vijay Iyer – piano
Linda May Han Oh – contrabaixo
Jeremy Dutton – bateria

Descrito pelo «The New York Times» como «consciência social, colaborador multimédia, construtor de sistemas, compositor de rapsódias, pensador histórico e multicultural», Vijay Iyer traçou um caminho único enquanto presença influente, prolífica e transformadora na música do século XXI.

Compositor e pianista ativo e admirado em múltiplas comunidades musicais, Iyer criou uma obra consistente e inovadora nos últimos 25 anos, o que lhe valeu um lugar como um dos principais criadores musicais da sua geração. São disso prova os vários prémios que recebeu ao longo da sua carreira, entre os quais três nomeações aos Grammy e a eleição como artista de jazz do ano pela revista «DownBeat» por quatro vezes na última década.

A sua música bebe da inspiração dos grandes compositores e pianistas do jazz, como Duke Ellington, Thelonious Monk, Alice Coltrane e Geri Allen, mas também das tradições rítmicas asiáticas e africanas e da música criativa afro-americana das décadas de 1960 e 1970. Em 2024, foi editado o álbum «Compassion» pela prestigiada ECM Records, segunda gravação do trio de Iyer com o baterista Tyshawn Sorey e a baixista Linda May Han Oh.

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11 de outubro, sexta-feira, 22 horas

FOCA

André Fernandes – guitarra
Mário Laginha – piano
José Pedro Coelho – saxofone
João Hasselberg – eletrónica e contrabaixo
João Pereira – bateria

Grupo criado a convite da Festa do Jazz onde se estreou em 2021, Foca reúne cinco músicos que, apesar de abarcarem gerações distintas do jazz nacional, têm já provas dadas e atingiram o merecido renome no mundo da música improvisada.

Neste «supergrupo», como é usual no mundo pop/rock designar os conjuntos musicais que reúnem músicos amplamente respeitados pelo trabalho anterior a solo ou com outras formações, os sons acústicos de Mário Laginha, André Fernandes e José Pedro Coelho são processados em tempo real pela eletrónica de João Hasselberg e desenvolvidos na base rítmica da bateria de João Pereira.

Mais de dois anos volvidos desde o concerto inaugural do quinteto, em janeiro de 2024, os Foca editaram o primeiro álbum, homónimo da banda. Editado pela Timbuktu Records, uma nova editora portuguesa, o registo discográfico dá o mote para o concerto no Seixal, numa grata oportunidade para confirmar a mestria dos músicos desta formação improvável de instrumentistas consagrados e o virtuosismo das suas composições e atuações conjuntas.

jazz.pt

 

12 de outubro, sábado, 22 horas

THE ATTIC & EVE RISSER

Rodrigo Amado – saxofone
Gonçalo Almeida – contrabaixo
Onno Govaert – bateria
Eve Risser – piano

Consequência de um forte investimento no seu percurso internacional, Rodrigo Amado ganhou justo relevo como um dos nomes mais destacados da música improvisada europeia. Para esse reconhecimento muito tem contribuído o projeto The Attic, formação de trio que assume com o contrabaixista Gonçalo Almeida e o baterista holandês Onno Govaert e de que «Love Ghosts» (2022) é já o terceiro registo discográfico.

Em 2024, os The Attic têm na calha um novo disco, que conta com a pianista Eve Risser como convidada. Deste modo, o espetáculo que trazem ao Seixal aborda as novas composições e assume uma formação de quarteto, tendo ao piano a própria Eve Risser, instrumentista com um currículo internacional notável.

 

17 de outubro, quinta-feira, 22 horas

KURT ROSENWINKEL THE NEXT STEP

Kurt Rosenwinkel – guitarra
Ben Wendel – saxofone
Ben Street – contrabaixo
Jeff Ballard – bateria

Kurt Rosenwinkel é um guitarrista e compositor de jazz bastante aclamado e influente, com amplo reconhecimento frente às formações que lidera. Aclamado como um dos mais importantes músicos de jazz da sua geração e com uma carreira de mais de 30 anos, em que desbravou um caminho que o levasse a um som próprio, Rosenwinkel é dono de uma identidade musical inovadora, quer na composição quer na improvisação.

A definição de um som novo e característico levaram o guitarrista a inúmeras colaborações com músicos de renome dentro de diversos géneros musicais, mas também a afirmar-se enquanto figura inspiradora para uma nova geração de músicos de jazz.

No Seixal, Kurt Rosenwinkel apresenta-se numa formação de quarteto, integrado numa digressão em que evoca o legado de «The Next Step», álbum agora reeditado e que resulta de um concerto mítico que o guitarrista e alguns dos músicos que o acompanham deram em 1996.

kurtrosenwinkel.com

 

18 de outubro, sexta-feira, 22 horas

TRESPASS TRIO + SUSANA SANTOS SILVA

Martin Küchen – saxofones
Susana Santos Silva – trompete
Per Zanussi – contrabaixo
Raymond Strid – bateria

No Seixal, o Trespass Trio apresenta o álbum «Live in Oslo» (Clean Feed, 2023), resultado da colaboração com Susana Santos Silva, trompetista portuguesa de ascensão meteórica. A gravação decorreu no âmbito da realização de um concerto no Blow Out Festival na Noruega, em 2018.

Por iniciativa de um dos organizadores do evento, o baterista Ståle Liavik Solberg, Susana Santos Silva acompanhou Per Zanussi, Martin Küchen e Raymond Strid para um conjunto de interpretações de cinco clássicos de Küchen, retiradas das gravações do trio para a Clean Feed: «Bruder Beda» (2012), «Human Encore» (gravado com o lendário saxofonista norte-americano Joe McPhee em 2013) e «The Spirit of Pitesti» (2017).

Radicada em Estocolmo, Susana Santos Silva é uma trompetista com uma abordagem singular que recorre a elementos do jazz, da música clássica e contemporânea, bem como da arte sonora textural e dança. Ao vivo ou em gravação, o seu percurso surpreendente colocou-a em colaborações com notáveis como Anthony Braxton e Fred Frith, por exemplo, com o seu nome a integrar a discografia de editoras de relevo como a Intakt, Relative Pitch, Clean Feed e Rogueart.

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19 de outubro, sábado, 22 horas

JOEL ROSS’ GOOD VIBES

Joel Ross – vibrafone
Jeremy Corren – piano
Kanoa Mendenhall – contrabaixo
Jeremy Dutton – bateria
Maria Grand – saxofone tenor

Ao longo dos últimos anos, Joel Ross tem-se distinguido como uma voz diferenciadora e singular da nova geração de músicos de jazz norte-americanos. A paixão de Ross pela música teve início em Chicago, onde nasceu e aprendeu a tocar vários instrumentos de percussão antes de se dedicar ao vibrafone.

Aos 20 anos de idade, mudou-se para a cena jazzística de Brooklyn, em Nova Iorque, onde adquiriu reconhecimento devido ao seu virtuosismo e ao seu talento enquanto compositor, razão pela qual lidera frequentemente as listas de preferências dos críticos da «DownBeat» e da Jazz Journalists Association.

Apesar de muito jovem, não tem atualmente mais de 30 anos, o seu currículo integra a edição de três álbuns pela lendária Blue Note Records e ainda a colaboração com músicos como Herbie Hancock, Joshua Redman, Peter Evans, Rob Mazurek, Gerald Clayton, Ambrose Akinmusire, Wynton Marsalis, Christian McBride, Immanuel Wilkins e Makaya McCraven, entre outros.

iplayvibes.com

 

PROGRAMA SEIXALJAZZ CLUBE

- Entrada livre - 

Sociedade Filarmónica Democrática Timbre Seixalense
 

10 de outubro, quinta-feira, 23 e 0 horas

CLARA LACERDA QUINTETO

Clara Lacerda – piano
Afonso Silva – saxofone e flauta
João Pedro Brandão – saxofone e flauta
Romeu Tristão – contrabaixo
Marcos Cavaleiro – bateria

Jovem pianista e compositora, natural de Vila Nova de Famalicão, Clara Lacerda destaca-se na cena jazz com uma multiplicidade de projetos. A pianista passou pelo Conservatório de Música do Porto e pela ESMAE (Porto) e estuda composição com Abe Rábade e Carlos Azevedo. Participou no workshop Som Crescente, com Peter Evans (que atuou na Galeria ZDB), e tem-se apresentado ao vivo com os grupos The Peace of Wild Things (com Romeu Tristão e Ricardo Coelho) e Duke Ellington’s Songbook (com João Ribeiro e Romeu Tristão).

Outro dos seus projetos mais originais resultou de uma encomenda para o festival Theia e passou também pela Festa do Jazz (Lisboa), o trio Herse, em que se alia à cantora Sofia Sá e à violoncelista Raquel Reis. Apesar de jovem, o merecido reconhecimento não tardou e recentemente foi convidada a escrever um arranjo para a Orquestra Jazz de Matosinhos e, no final de 2023, estreou um novo quinteto. É com esta formação que temos o privilégio de a receber no Seixal.

 

11 de outubro, sexta-feira, 23 e 0 horas

FRANCISCO NOGUEIRA QUINTETO

Francisco Nogueira – contrabaixo
Bernardo Tinoco – saxofone tenor
João Gato – saxofone alto
Vasco Pimentel – piano
Samuel Dias – bateria

Nascido em 1996, Francisco Nogueira é um contrabaixista e compositor lisboeta. Tem dois projetos de sua autoria, Biloba, para o qual escreve, canta e toca baixo e Francisco Nogueira Quinteto, em que trabalha como contrabaixista e compositor. Enquanto instrumentista, desenvolve colaborações com Chica, Filipa Franco, Vasco Ribeiro e a Orquestra Ligeira de Lagos, entre outros.

No formato de quinteto, o contrabaixista estreou-se em Amesterdão em 2019, com Hristo Goleminov no saxofone tenor, José Soares no saxofone alto, Rebeca Zajc no piano e João Guerra na bateria. Com a mesma formação participou no festival Keep an Eye e atuou em locais como o BimHuis e a Blue Note.

Anos mais tarde, em Lisboa, o compositor reestruturou o quinteto e participou no Concurso Internacional de Jazz de Aveiro, que lhe atribuiu o prémio de Melhor Composição em 2022.

Atualmente, o quinteto é composto por Bernardo Tinoco (saxofone tenor), João Gato (saxofone alto), Vasco Pimentel (piano) e Samuel Dias (bateria). É esta a formação que traz ao Seixal, a qual, além de concertos ao vivo, está a trabalhar no seu álbum de estreia.

 

12 de outubro, sábado, 23 e 0 horas

EUNICE BARBOSA QUARTETO

Eunice Barbosa – saxofone e voz
Débora King – piano
Juliana Mendonça – contrabaixo e baixo elétrico
Pedro Almeida – bateria e percussões

Criado em Lisboa em 2022, o quarteto é liderado pela saxofonista, cantora e compositora Eunice Barbosa e conta com a presença de Débora King no piano, Juliana Mendonça no contrabaixo e Pedro Almeida na bateria.

O projeto nasceu da vontade de compor e trabalhar música original com o objetivo de passar ideais, emoções e sensações a quem ouve, tendo sempre presente a procura por uma música auditivamente interessante, em que o jazz assume um papel importante, mas que bebe em diferentes géneros, como o rock, o pop, o funk e o blues. O resultado são composições em que se evidenciam a introspeção, a fragilidade humana, as emoções, a natureza e a preocupação com o estado do mundo.

Embora seja uma formação recente, o grupo foi finalista do Concurso Internacional de Jazz da Universidade de Aveiro em 2022 e já atuou em vários palcos e conquistou diversos públicos. No primeiro semestre de 2024, o quarteto de Eunice Barbosa estreou o EP «Sore», o primeiro registo discográfico da formação, em que é clara a cumplicidade e a coesão entre todos os músicos que o integram e que apresenta composições e momentos tão tranquilos como inquietantes.

 

17 de outubro, quinta-feira, 23 e 0 horas

ZÉ CRUZ QUINTETO

Zé Cruz – guitarra
Nelson Cascais – contrabaixo
André Sousa Machado – bateria
José Soares – saxofone alto
Miguel Meirinhos – piano

O percurso musical de Zé Cruz começou na guitarra, com apenas 9 anos como autodidata, numa aventura pelo mundo do rock/punk. Com o passar dos anos, desenvolveu outros interesses musicais que o levaram ao universo do jazz.

Assim, ingressou na Escola de Jazz Luiz Villas Boas e posteriormente na Escola Superior de Música de Lisboa onde concluiu a licenciatura em jazz. Sempre fiel à guitarra, Zé Cruz encontrou no jazz um veículo musical para percorrer uma ponte composicional entre as suas diversas influências.

Deste processo resultaram dois grupos em que assumiu o papel de líder, Ussegundu (com um disco lançado sob edição de autor), com Óscar Graça no piano, André Rosinha no contrabaixo e Diogo Alexandre na bateria, e o projeto Magma que conta com Gonçalo Marques no trompete, André Rosinha no contrabaixo e o João Lopes Pereira na bateria. Basta ver a excelência dos músicos que o acompanham para, de algum modo, sabermos que estamos perante um músico de igual calibre.

No Seixal, Zé Cruz apresenta-se numa formação de quinteto com a novidade de um álbum deste ano de 2024, «Kandar – Tales beyond a Cellar Door», editado pela recentemente formada editora portuguesa Timbuktu Records.

 

18 de outubro, sexta-feira, 23 e 0 horas

DUARTE VENTURA QUINTETO

Duarte Ventura – vibrafone
Miguel Valente – saxofone
Miguel Meirinhos – piano
Zé Almeida – contrabaixo
Luís Possollo – bateria

Duarte Ventura é vibrafonista e compositor de jazz e lidera um projeto no qual participam Miguel Valente no saxofone, Miguel Meirinhos no piano, Zé Almeida no contrabaixo e Luís Possollo na bateria. O projeto baseia-se em música original da autoria de Duarte Ventura, de igual modo abrilhantada pelos contributos que cada músico traz à formação.

As composições de Duarte Ventura constituem uma representação da música ouvida e vivida até́ agora pelo mesmo, consistindo numa constante exploração dos limites dessas mesmas sonoridades, nas suas melodias, ritmos e significados.

O quinteto que nos vai honrar com a presença no Seixal ganhou o primeiro lugar no Prémio Jovens Músicos 2023, tendo tido a sua primeira apresentação oficial no Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian em Setembro de 2023.

 

19 de outubro, sábado, 23 e 0 horas

TAC

André Carvalho – contrabaixo
Bernardo Tinoco – saxofone
Diogo Alexandre – bateria

Instrumentistas e compositores amplamente reconhecidos e celebrados na cena jazz nacional, o contrabaixista André Carvalho, o saxofonista Bernardo Tinoco e o baterista Diogo Alexandre partilham a liderança dos TAC, trio que este ano lançou «Monte dos Marmeleiros», álbum de estreia que recebeu chancela da Robalo Records e o apoio da Antena 2.

O álbum é resultado de uma residência artística realizada no Musibéria, em Serpa, onde os três músicos procuraram recolher e inspirar-se no cancioneiro local, nas lendas e nas histórias locais, ao mesmo tempo que contactaram com as pessoas que ali habitam e se deixaram imbuir pelas histórias e vivências do Alentejo.

Usando as captações sonoras de Serpa e ao mesmo tempo aprofundando a capacidade melódica e rítmica das mais recentes ferramentas musicais, os TAC criaram um trabalho de vanguarda que celebra elementos folclóricos, aliando tradição e modernidade.

O resultado desta colaboração única é uma música ousada, de fusão e experimentação sonora, que ultrapassa as fronteiras do jazz e da música improvisada, aliando a eletrónica a instrumentos acústicos.